Este Blog destina-se, principalmente, aos Professores de Música e educação Artística.
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Permanecendo Fiel à Música na Educação Musical
SWANWICK, Keith – Permanecendo
Fiel à Música na Educação Musical – Anais do II Encontro Nacional da ABEm,
1993, p. 19-32
·
Valor e propósito na Educação Musical
Qualquer
efeito do valor da música sobre uma pessoa resulta das atitudes positivas,
sempre que um aluno experimenta realização resultante da participação em um
programa de trabalho bem estruturado. (19)
Atividades
musicais são encontradas em quase todas as culturas. O valor da música parece
ser auto-vidente. (20)
Nós,
professores, necessitamos entender o que é essencial sobre as experiências
musicais. Isto irá determinar nossos objetivos e atividades educacionais. (20)
·
Três Conceitos
lógicos rivais na Educação Musical
à O Professor de Música como CAIXA POSTAL
É
o professor “tradicional” ou centrado-na-matéria. Os alunos são herdeiros de uma
cultura. O professor decide o que é importante e passa adiante a
“correspondência”. Esta base diz respeito a iniciar o aluno na herança daquelas
tradições musicais consideradas “boas” (música erudita, principalmente do
século XIX). (21)
- O programa é basicamente assim:
.
O aluno toca instrumentos musicais,
.
Tem capacidade de ler e escrever música,
.
Familiaridades com as obras mestras da cultura ocidental (opera, sinfonia,
sacra etc.)
.
Saber como a notação funciona,
.
Discriminar os vários instrumentos que formam os tipos padrões de conjuntos
.
Conhecimento da vida dos compositores importantes e seus trabalhos. (21-22)
- Características desta maneira
de olhar o currículo musical:
.
Aquilo que deve ser aprendido não é controvertido ou problemático.
.
A música é testada e examinada freqüentemente
e rigorosamente.
- Figura Influente : Kodaly (Com
sua ênfase nas habilidades de leitura à primeira vista e nas tradições de
música folclórica e música clássica). (22)
- Resumo: Os professores existem para
filtrar a correspondência imprestável e entregar somente cartas vindas de
pessoas respeitáveis.
à O Professor de Música como JARDINEIRO
O
papel do professor é modificado; daquele que
organizava centralizadamente as atividades para aquele que dá muito mais
iniciativa aos alunos que, trabalhando em pequenos grupos, tomam decisões sobre
o que é necessário ser aprendido.
(24-25)
Atividades
criativas com objetivos e auto-expressão. (24)
Quando
este conceito de educação é empreendida de uma forma estruturada e planejada de
ensino, as crianças ganharão desenvolvimento e progresso neste tipo de
entrosamento musical. (25)
- Figura Influente : Carl Orff (Com
seus princípios improvisatórios ou “criativos”). (23)
- Resumo: Os professores existem para estimular,
questionar e aconselhar, ao invés de mostrar e dizer. O professor se torna um
jardineiro ao invés de um instrutor.
à O Professor de Música como AGENTE CULTURAL
Este
conceito tem suas raízes em solo exterior à música, no campo sociológico. (25)
Cada vez fica mais difícil para o
professor especificar qual é a tradição cultural comum de uma comunidade
escolar. (25) Há riqueza a ser encontrada nas diversas origens de nossos alunos, “e a mídia contribui para
formar uma experiência geral, comum, compartilhada – uma cultura folclórica,
amplificada, transmitida oralmente e recebida auditivamente, combinada no
tecido da vida cotidiana das pessoas.” Um professor não deve ignorar esta
tradição oral largamente compartilhada. (26) As crianças aprendem através da
mídia sem ter um professor para ensiná-las. (27)
·
Princípios em Educação Musical - O
professor como Músico
1.
Reconhecer que todos necessitam experimentar sentimento
de realização. (27)
O professor eficaz reconhece as energias
naturais que sustentam a aprendizagem:
a) Curiosidade - Não pode ser direcionada;
b) Um desejo de ser competente
- É estimulada abrindo-se espaço para
discussão. Não
é obtida alcançando as lições
de qualquer jeito;
c) Querer imitar outros – É preciso
bons modelos;
d) Uma necessidade de interação
social – Criar mais conjuntos e ensino em grupos.
2.
Incluir a experiência
musical direta. (28)
Infelizmente muitos professores enfatizam
períodos históricos, análise formal, instrumentos da orquestra, acústica, a
vida dos músicos famosos, a teoria da notação e evitam a própria música.
“O professor eficaz é também realista na
avaliação do que os alunos podem fazer
ambicioso pelo seu desenvolvimento.” (29)
- Cinco premissas essenciais:
(29)
1) O professor de música não tem que ser um virtuoso musical, porém será
um
crítico sensível;
2) A música que as crianças tocam, cantam e escutam será música da sua
realidade;
3) A proporção de música para discussão será alta;
4) Os alunos terão espaço para tomar decisões musicais;
5) Todos são musicais.
“Um objetivo básico da educação musical é o
desenvolvimento de uma apreciação rica e ampla, quer o aluno se torne um músico
profissional, um amador talentoso ou um membro sensível da platéia.” (29)
‘É essencialmente humano ser ao
mesmo tempo um herdeiro – parte de uma cultura, - e um inovador – trabalhando
criativamente dentro ou contra a tradição.” (30)
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Máximas aos Educadores
1. O primeiro passo prático, em qualquer reforma
educacional, é dar o primeiro passo prático.
2. Na educação, fracassos são mais importantes que
sucessos. Nada é mais triste que uma história de sucessos.
3. Ensinar no limite do risco.
4. Não há mais professores. Apenas uma comunidade de
aprendizes.
5. Não planeje uma filosofia de educação para os
outros. Planeje uma para você mesmo. Alguns outros podem desejar compartilhá-la
com você.
6. Para uma criança de cinco anos, arte é vida e vida
é arte. Para uma de seis, vida é vida e arte é arte. O primeiro ano escolar é
um divisor de águas na história da criança: um trauma.
7. A proposta antiga: o professor tem a informação; o
aluno tem a cabeça vazia. Objetivo do professor: empurrar a informação para
dentro da cabeça vazia do aluno. Observações: no início, o professor é um bobo;
no final, o aluno também.
8. Ao contrário, uma aula deve ser uma hora de mil
descobertas. Para que isso aconteça, professor e aluno devem em primeiro lugar
descobrir-se um ao outro.
9. Por que são os professores os únicos que não se
matriculam nos seus próprios cursos?
10. Ensinar sempre provisoriamente: Deus sabe com
certeza.
Extraído do livro : O Ouvido Pensante
De Murray Schafer
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
DIGA-ME QUAL TEU DITADO E TE DIREI QUE PROFESSOR ÉS...
LAURO DE OLIVEIRA
LIMA, eu seu livro Introdução à Pedagogia (1983),
trabalha com
alguns ditados populares que remetem a concepções de
ensino-aprendizagem
importantes a serem retomadas em nosso estudo
sobre o
currículo escolar.
“Pau que nasce
torto, morre torto”
(o autor citado prefere “quem é bom nasce feito”).
Se
eu, professor, penso assim, isso pode significar que eu acredito que os
instintos, as vocações e as aptidões são predominantes no ser humano (LIMA,
1983), e que as relações estabelecidas entre um ser humano e outros de sua
espécie e seu meio não são tão relevantes para sua formação quanto aquilo que o
sujeito traz ao nascer. Nesta perspectiva, existe uma predefinição a respeito
das capacidades ou incapacidades para aprender e, a escola será apenas um palco
onde essas capacidades e incapacidades serão reveladas. Esta perspectiva
pedagógica é chamada INATISMO ou APRIORISMO.
Conhecer,
diz Platão, é recordar a verdade que já existe em nós; é despertar a razão para
que ela se exerça por si mesma. Por isso, Sócrates fazia perguntas, pois,
através delas, as pessoas poderiam lembrar-se da verdade e do uso da razão. Se
não nascêssemos com a razão e com a verdade, indaga Platão, como saberíamos que
temos uma ideia verdadeira ao encontrá-la? Como poderíamos distinguir o
verdadeiro do falso, se não nascêssemos conhecendo essa diferença? (CHAUÍ,
2000).
“Água mole em
pedra dura, tanto bate até que fura”
Oposta
à primeira concepção, o entendimento expresso neste ditado implica acreditar
que tudo o que é “impresso” no ser humano é resultado do meio externo a ele,
significa considerar o meio em que o sujeito vive, e suas experiências neste
meio, como determinantes de seus comportamentos, valores, saberes e crenças. Do
ponto de vista docente, o ditado popular representa a visão do ser humano como
uma tábua rasa, sobre a qual podemos marcar comportamentos, valores, saberes e
crenças. A assimilação destes comportamentos, valores, saberes e crenças se
daria pela insistência, repetição exaustiva de exercícios, prêmios e castigos
que tentam enquadrar o sujeito nos parâmetros desejados (ver mais em LIMA,
1983). Esta perspectiva pedagógica é conhecida como EMPIRISMO.
“Quem com ferro
fere com ferro será ferido”
Esta
concepção remete-nos a entender que nada tem um lado só, ou seja, que tudo o
que se faz tem suas implicações: uma relação de dois lados (no mínimo). Transposta
para os entendimentos possíveis dos processos de ensino-aprendizagem, esta
compreensão representa, para o docente, que nem o ser humano é apenas seus
traços biológicos, trazidos ao nascer, e, ao mesmo tempo, não é, apenas, as
suas experiências em um meio físico, social e cultural. Há uma compreensão DIALÉTICA,
que se refere à interação entre a base biológica e o meio físico, social e
cultural implicada nos processos de aprendizagem. Ou seja, o ser humano não é
apenas sua bagagem biológica, assim como também não é apenas as experiências
que adquire em seu meio físico, social e cultural. Nesta perspectiva, somos seres
(cada um) únicos que nos formamos em uma relação conflituosa entre as condições
biológicas e as interações estabelecidas (no sentido de trocas) no meio em que
vivemos (que é físico, social e cultural).
Dentro
desta perspectiva de desenvolvimento, encontram-se as visões sobre aprendizagem
interacionistas, CONSTRUTIVISTAS e socio-históricas, por exemplo. Estas visões
conceberão o conhecimento como construção, ora mais social e cultural, ora mais
subjetiva ou intersubjetiva.
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