quinta-feira, 23 de agosto de 2012

DIGA-ME QUAL TEU DITADO E TE DIREI QUE PROFESSOR ÉS...




LAURO DE OLIVEIRA LIMA, eu seu livro Introdução à Pedagogia (1983),
trabalha com alguns ditados populares que remetem a concepções de
ensino-aprendizagem importantes a serem retomadas em nosso estudo
sobre o currículo escolar.

“Pau que nasce torto, morre torto” (o autor citado prefere “quem é bom nasce feito”).

Se eu, professor, penso assim, isso pode significar que eu acredito que os instintos, as vocações e as aptidões são predominantes no ser humano (LIMA, 1983), e que as relações estabelecidas entre um ser humano e outros de sua espécie e seu meio não são tão relevantes para sua formação quanto aquilo que o sujeito traz ao nascer. Nesta perspectiva, existe uma predefinição a respeito das capacidades ou incapacidades para aprender e, a escola será apenas um palco onde essas capacidades e incapacidades serão reveladas. Esta perspectiva pedagógica é chamada INATISMO ou APRIORISMO.

Conhecer, diz Platão, é recordar a verdade que já existe em nós; é despertar a razão para que ela se exerça por si mesma. Por isso, Sócrates fazia perguntas, pois, através delas, as pessoas poderiam lembrar-se da verdade e do uso da razão. Se não nascêssemos com a razão e com a verdade, indaga Platão, como saberíamos que temos uma ideia verdadeira ao encontrá-la? Como poderíamos distinguir o verdadeiro do falso, se não nascêssemos conhecendo essa diferença? (CHAUÍ, 2000).

“Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”


Oposta à primeira concepção, o entendimento expresso neste ditado implica acreditar que tudo o que é “impresso” no ser humano é resultado do meio externo a ele, significa considerar o meio em que o sujeito vive, e suas experiências neste meio, como determinantes de seus comportamentos, valores, saberes e crenças. Do ponto de vista docente, o ditado popular representa a visão do ser humano como uma tábua rasa, sobre a qual podemos marcar comportamentos, valores, saberes e crenças. A assimilação destes comportamentos, valores, saberes e crenças se daria pela insistência, repetição exaustiva de exercícios, prêmios e castigos que tentam enquadrar o sujeito nos parâmetros desejados (ver mais em LIMA, 1983). Esta perspectiva pedagógica é conhecida como EMPIRISMO.

“Quem com ferro fere com ferro será ferido”


Esta concepção remete-nos a entender que nada tem um lado só, ou seja, que tudo o que se faz tem suas implicações: uma relação de dois lados (no mínimo). Transposta para os entendimentos possíveis dos processos de ensino-aprendizagem, esta compreensão representa, para o docente, que nem o ser humano é apenas seus traços biológicos, trazidos ao nascer, e, ao mesmo tempo, não é, apenas, as suas experiências em um meio físico, social e cultural. Há uma compreensão DIALÉTICA, que se refere à interação entre a base biológica e o meio físico, social e cultural implicada nos processos de aprendizagem. Ou seja, o ser humano não é apenas sua bagagem biológica, assim como também não é apenas as experiências que adquire em seu meio físico, social e cultural. Nesta perspectiva, somos seres (cada um) únicos que nos formamos em uma relação conflituosa entre as condições biológicas e as interações estabelecidas (no sentido de trocas) no meio em que vivemos (que é físico, social e cultural).
Dentro desta perspectiva de desenvolvimento, encontram-se as visões sobre aprendizagem interacionistas, CONSTRUTIVISTAS e socio-históricas, por exemplo. Estas visões conceberão o conhecimento como construção, ora mais social e cultural, ora mais subjetiva ou intersubjetiva.

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quarta-feira, 15 de agosto de 2012

25 formas de construir e manter a motivação dos alunos


Simão de Miranda

A palavra motivação, quando decomposta, revela a combinação motivo + ação. Ou seja, já traz em si a ideia de que é preciso um motivo para que uma ação ocorra. E o motivo, do latim movere, é aquilo que move alguma coisa. Portanto, motivação é a força que gera uma ação, uma atitude! Em tudo que nos propomos a fazer carecemos de um certo impulso, de uma certa energia que nos movimente na direção do alvo que elegemos. Sentimos a necessidade de que habite em nós um interesse genuíno, um desejo vigoroso de que realizemos a tarefa proposta. Podemos denominar tal fenômeno de motivação. Todavia, ninguém motiva ninguém. Esse desejo imenso de se lançar à frente é pessoal e intransferível, é de uma dimensão endógena, isto é, seu movimento se dá de dentro para fora. Como muito lindamente já o dissera o poeta romano Sêneca: “Merecem louvor os homens que em si mesmos encontraram o impulso e subiram nos seus próprios ombros”. Mas nós, aqui do lado de fora, podemos construir “motivos” para que o outro sinta interesse em motivar-se, em envolver-se com alegria e ímpeto nas ações que são propostas. E, na sala de aula, essa questão é aguda e é uma das situações pilares que contribuem para o prazer em ser educador! Siga minhas reflexões, mas lembre: como tudo na vida, a motivação não é um combustível perene, é um recurso renovável, por isso mesmo precisa ser reposta corriqueiramente.

1. Regra de ouro: a sala de aula tem que ser prazerosa, divertida, saborosa, mágica, e isso tudo nada custa!

2. Entre na dança! A festa só fica divertida quando a gente entra na dança; assistir de fora não está com nada!

3. Faça o que for possível para que o tempo que os alunos estiverem com você seja o mais apetitoso da vida deles! Acabará sendo para você também! Aliás, o apetite de aprender está intimamente ligado ao apetite de viver!

4. Leve à turma um ex-aluno bem-sucedido para a moçada conversar com ele. A história de vida que ouvirão do convidado impactará muito mais do que você contando! E mais, eles pensarão: “Se ele saiu daqui e chegou aonde chegou, eu também posso chegar lá!”.

5. Conte metáforas enriquecedoras.

6. Exiba filmes que falem de superação e discuta-os com seus alunos. Tente esgotar ao máximo as relações que as ficções podem fazer com as realidades vividas por eles. Quer dez sugestões bem legais? Vamos lá:

Coach Carter: Treino para a Vida (2005) - Estados Unidos/Alemanha, 136 minutos.

O filme conta a história de Ken Carter, interpretado por Samuel L. Jackson. Carter é um empresário que se torna treinador do time de basquete da escola onde estudou, na periferia da cidade. Disciplinador, o técnico estabelece um rígido código de conduta que leva em conta até o desempenho escolar. Ele percebe que, quando as notas dos alunos decaem, o desempenho da equipe também fraqueja e vice-versa, mas ele tem uma solução.

Meu Pé Esquerdo (1989) - Irlanda, 103 minutos.

O filme conta a história de Christy Brown, interpretado por Daniel Day-Lewis. Brown é uma criança que nasce portadora de uma paralisia cerebral que apenas lhe poupa o pé esquerdo. Dominando tão somente esse recurso, ele supera todas as adversidades e desenvolve seus talentos para a pintura e para as letras.

O Óleo de Lorenzo (1992) - Estados Unidos, 135 minutos.

Conta a história de Lorenzo, uma criança que, aos seis anos, descobre-se portadora de uma doença cerebral degenerativa incurável que delimita sua vida em somente mais dois anos. São seus pais que tomam a frente na busca para amenizar seus sofrimentos e prolongar sua expectativa de vida.

Uma Mente Brilhante (2002) - Estados Unidos, 134 minutos.

Conta a história do americano John Forbes Nash Junior, interpretado por Russel Crowe. Forbes, Prêmio Nobel de Matemática de 1994, embora dono de uma inteligência genial, é portador de esquizofrenia, contra a qual luta a vida toda. Mas ainda há tempo para a superação.

Meu Nome É Rádio (2003) - Estados Unidos, 109 minutos.

Conta a história de James Robert Kennedy, interpretado por Cuba Gooding Jr. James é um jovem que perambula pelas ruas e sempre passa perto do campo de treino de um time de futebol americano. Os jogadores faziam muitas chacotas acerca do garoto, até que um dia exageram. O treinador quer recompensá-lo de alguma forma, protegendo-o e dando-lhe o que fazer. O porquê da opção do treinador é o que faz dessa história um exemplo de determinação e superação.

Desafiando Gigantes (2006) – Estados Unidos, 111 minutos.

Conta a história de Grant Taylor, um técnico de futebol americano que jamais pôde se considerar bem-sucedido. Mas foi no pior momento da sua vida que ele deu a volta por cima! “Nunca desista, nunca volte atrás, nunca perca a fé”, são as chamadas desse filme!

O Milagre de Anne Sullivan (1962) - Estados Unidos, 106 minutos.

Conta a história da persistente educadora Anne Sullivan, interpretada por Anne Bancroft, que se empenha em promover a inclusão social de Helen Keller, uma moça que nascera cega, surda e muda.

Desafiando os Limites (2005) - Estados Unidos/Japão/Nova Zelândia, 127 minutos.

Conta a história real do neozelandês Burt Munro, interpretado por Anthony Hopkins. Em 1960, Munro, cheio de problemas de saúde e já bem velho, faz uma viagem da Nova Zelândia aos Estados Unidos com uma antiga moto, no intuito de bater o recorde de velocidade. Sua história fala de determinação e gana em atingir os objetivos.

O Poder da Esperança (2007) - Estados Unidos, 94 minutos.

Conta a história de Richard Pimentel, interpretado por Ron Livingston. Pimentel viveu uma infância difícil e traumática e, quando chega o tempo de escola na adolescência, passa a compartilhar seus problemas com seus colegas e então reconhece que tem o dom da oratória. Procura um educador para orientá-lo e é rejeitado. Com sua autoestima ferida, ele abandona seus sonhos e vai para a guerra, quando sofre um acidente. O resto é só superação.

Carruagens de Fogo (1981) - Inglaterra, 123 minutos.

Conta a história de dois atletas ingleses que competem entre si nas Olimpíadas de Verão. Um é religioso e corre como testemunho de fé, o outro é judeu e corre para que, ao ganhar, a condição de celebridade o proteja dos preconceitos. O filme é um dos verdadeiramente clássicos que tratam do tema superação.
  • A Voz do Coração  - França
Na década de 1940, o professor de música Clément Mathieu (Gérard Jugnot) passa a trabalhar em um internato, dirigido pelo inflexível Rachin (François Berléand). Lá, estão abrigadas crianças e adolescentes considerados delinqüentes ou que perderam os pais. A desordem e a desobediência cedem lugar à disciplina, logo que iniciam as novas aulas de canto. O enredo se desenvolve de acordo com as anotações do velho diário de um dos ex-alunos rebeldes, Pierre (Jean-Baptiste Maunier), que se tornou um reconhecido maestro.
  • O Som do coração 
Link no Youtube :                 http://www.youtube.com/watch?v=Gme3dPWtwgM

7. Não perca as oportunidades de elogiar sinceramente seus alunos. Esse gesto tem um efeito impossível de se dimensionar! O elogio constrói elos, além de ser um instrumento revelador dos nossos Eus! Não foi à toa que o filósofo romano Sêneca (4 a.C. – 65 d.C.) disse: “Podes conhecer o espírito de qualquer pessoa se observares como ela se comporta ao elogiar e receber elogios”.

8. A cada semana escolha uma frase otimista e afixe-a em um lugar bem visível e, de vez em quando, leia-a em voz alta para refletirem juntos.

9. Veja na web os dias dedicados às profissões mais conhecidas. Selecione algumas e, no dia indicado, fale delas para os alunos. Essa ação abre várias janelas por onde eles podem sonhar o futuro.

10. Em um mundo onde não há mais distâncias, aproxime-se mais deles no espaço fora da escola. Faça uma lista de e-mails e mantenha um canal constante de comunicação com eles, seja por correio eletrônico, seja nos comunicadores instantâneos. Há como fugir das banalidades e privilegiar informações que enriqueçam.

11. Surpreenda-os! De vez em quando, faça algo que seja positivamente inusitado, extraordinário, inesquecível! Randy Pausch, docente de Ciência da Computação da Universidade Carnegie Mellon, em Pittsburgh, Estados Unidos, falecido recentemente, conta no seu livro A Lição Final, uma história à qual recorro com frequência: no primeiro dia de aula, ele levava um aparelho eletrônico, colocava em uma mesa, apanhava uma marreta, destruía-o e dizia:

— Quando se constrói algo difícil de usar, as pessoas se aborrecem. Ficam tão irritadas que querem destruí-lo. Nós não queremos criar objetos que as pessoas queiram destruir!

Os alunos, chocados, diziam um para o outro:

— Não sei quem é esse sujeito, mas com certeza virei à aula dele amanhã para ver qual será sua próxima façanha!

12. Quando expuser verbalmente um conteúdo extenso, não use um tom monocórdio. Isso é sonífero em seu estado mais puro! Varie as entonações, até dê algum tom teatral, caso caiba!

13. Nessa mesma situação, permanecer sentado atrás da mesa ou ficar encostado na parede é quase que um apelo aos céus para que seus alunos caiam no sono eterno! Explore o espaço disponível enquanto fala, isso faz, consequentemente, com que os alunos movimentem a cabeça e o olhar, produzindo, ao menos, o mínimo do despertar.

14. Vez ou outra, chame-os pelo nome enquanto expõe sua aula, pedindo opiniões! Mesmo que você ainda não os tenha memorizado, você pode perguntar e incluí-los na sua fala. Sabendo que você recorre a essa técnica, é certo que grande maioria da turma se esforçará para ficar atenta ao que você diz, para o caso de serem os próximos a serem convidados a participar da sua exposição. Por exemplo:

— [...] Ricardo (ou, “Qual é o seu nome mesmo? Ah, sim... Ricardo!) dê sua opinião livre sobre o que acabei de falar!

15. Quando possível, use apresentações em PowerPoint, mas não abuse dos efeitos e das cores. Aliás, não abuse delas, não faça desse recurso sua única forma de fazer suas aulas. Em algum momento, vai se tornar igualmente monótono. O segredo, repito, é a variação!

16. Faça do humor a marca registrada das suas aulas! Só lhe peço atenção à dose! Lembre-se do sábio provérbio: “De remédio a veneno, tudo é uma questão de dose!”.

17. Leve objetos para serem mostrados à turma, seja colocando na mesa à frente caso seja grande, como, por exemplo, uma escultura, um troféu; seja circulando de mão em mão, como um álbum de fotografias ou uma moeda estrangeira.

18. Uma aula que desperte e mantenha o interesse dos alunos aceso é como uma corrida: a largada e a chegada são o que definem o sucesso!

19. Não se coloque como o “astro do espetáculo”; essa atitude pode significar o início da derrocada! Ao contrário, reconheça e incentive o protagonismo dos alunos!

20. Inclua dinâmicas de grupo ou jogos divertidos no seu planejamento e tire-os da manga quando perceber que o interesse dos seus alunos está indo para o brejo.

21. Não é prepotência ou devaneio: nós temos o poder de criar qualquer atmosfera! Calma, eu explico: falo do clima convivencial! Quanto melhor for, mais ricas, divertidas e significativas serão as vivências experimentadas naquele ambiente!

22. Coloque-se sempre no papel de provocador de motivações. E, tão importante quanto, inclua-se como sujeito delas!

23. Deixe sempre claro aos alunos onde estão os elos entre os conteúdos que você expõe. Fica muito mais interessante quando eles percebem o continuum da “matéria”, quando notam que os ensinos e as aprendizagens se processam em um fluxo encadeado e não são largados em fragmentos no chão da sala de aula.

24. Busque mostrar a eles qual o valor de determinadas aprendizagens para a vida, em que poderão aplicar os conhecimentos construídos, seja em curto, seja em médio, seja em longo prazo.

25. Fundamentalmente, insista em fazer com que eles vejam o quanto a escola pode representar no sentido de prover uma vida melhor para eles e suas famílias quando o amanhã chegar!



MIRANDA, Simão de. Como se Tornar um Educador de Sucesso: Dicas, Conselhos, Propostas e Ideias para Potencializar a Aprendizagem. Petrópolis: Vozes, 2011. 


Simão de Miranda é Doutor em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pelo Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília. Também é Mestre em Educação na área de Formação e Trabalho Pedagógico pela Faculdade de Educação da mesma universidade.


quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Ideias para Musicalização 4

O Passeio

Convide os alunos para fazerem um "passeio de mentirinha". As crianças 
criarão os sons para cada tipo de lugar ou atividade de for sugerida pelo professor.

Exemplos:

· Caminhar pela floresta
· Comer uma fruta
· Avistar um gato
· Tentar pegar o gato
· Não era um gato; e sim, um LEÃO
· Fugir do LEÃO
· Ir para casa
· Dormir

É importante que elas tenham liberdade para escolher como os sons serão produzidos, mas o professor pode ajudá-los com sugestões, aos poucos também.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

TRAMANDO OS FIOS DA EDUCAÇÃO MUSICAL: MÉTODOS ATIVOS


Resenha do texto:

FONTERRADA, Marisa Trench de Oliveira. De Tramas e Fios: Um ensaio sobre música e educação in “Tramando os fios da educação musical: os métodos ativos”  Cap. 2, p. 119-206. São Paulo: Editora UNESP; Rio de Janeiro: Funarte, 2008. 



Assim como nas mudanças dos contextos sociais ocidentais na passagem do século XIX para XX, na educação musical também foram traçadas novas perspectivas e métodos.
Nas décadas de 50 e 60 alguns destes métodos foram introduzidos no Brasil, mas por uma séria de fatores, como por exemplo, a substituição do ensino de Música por Educação Artística nos currículos escolares em 1971, muitas dessas abordagens ficaram esquecidas.
No séc. XIX visava-se a formação de exímios intérpretes musicais, provavelmente por já haver na história muitos compositores e tantas obras de grande magnitude que precisavam serem executadas para grandes platéias de novos ouvintes.
Deste modo, nas escolas técnicas de música a prioridade era o ensino instrumental, forma que contraria os educadores musicais pioneiros nos métodos, que visavam primeiramente o bem estar e o desenvolvimento da criança, aplicando a técnica instrumental apenas numa etapa posterior de ensino.
Dentre os músicos educadores mais significativos para o Brasil estão:

     Émile-Jaques Dalcroze
     Edgar Willems
     Zoltan Kodály
     Carl Orff
     Shinichi Suzuki

A PRIMEIRA GERAÇÃO

DALCROZE (1865-1950) - Movimento corporal e habilidade de escuta.

Constatou que os alunos do conservatório não imaginavam o som dos acordes escritos. Estabeleceu para a sua Educação Musical uma sistematização das condutas: Música, Escuta e Movimento.
Se preocupou muito com o novo século, e em sua responsabilidade de promover a educação das massas.

     ORGÃOS EDUCACIONAIS
     PROFESSORES
     ARTISTAS

Para ele a educação do povo deveria ser liderada por uma elite de artistas, pois líderes interessados apenas em progresso não teriam a capacidade de conduzir o povo.

SÉCULO XIX – VERDADE NA NATUREZA
RÍTMOS NATURAIS
PSICOFÍSICA

Muitas das conclusões de Dalcroze foram frutos de sua intuição e não diretamente da experimentação. Ele foi combatido no meio musical. Fato que o forçou a aprofundar suas pesquisas com argumentos sólidos e trabalho experimental.
Sua interpretação da realidade permanecia inserida no pensamento romântico.

     REVOLUÇÃO FRANCESA
     Aumento populacional
     Forças coletivizantes
     Educação das Massas

     COLETIVO => Força selvagem
     MÚSICA => Chicote de um domador de feras

Foi uma época de enfraquecimento da igreja, que era reponsável por muita utilização da música.

“nenhuma evolução, nenhum progresso podem ocorrer sem a participação da juventude, pois são nos espíritos jovens que as idéias deitam suas raízes mais profundas” (Dalcroze, “Un essai de réforme de l'enseignement musical dans les écoles”, 1905, in 1965, p.14).

As autoridades escolares não tomavam conhecimento das recentes teorias educacionais de Froebel, Pestalozzi e Claparede, e da análise sobre a falta da música na escola feita por Mathias Lussy.
Só a 'verdadeira' educação daria a “oportunidade para o máximo desenvolvimento das potencialidades humanas”.
Dalcroze dedicou sua vida à essa utopia.

VERBO, GESTO E MÚSICA
Ideal artístico dificilmente concretizado

“Toda ação artística é um ato educativo e o sujeito a que se destina essa educação é o cidadão, seja ele criança, jovem ou adulto.”
RÍTMICA – MÚSICA E MOVIMENTO – ATIVIDADE EDUCATIVA

Desenvolvimento:
ESCUTA ATIVA
VOZ CANTADA
MOVIMENTO CORPORAL
USO DO ESPAÇO

Ritmo e atividade motora:
A Rítmica ocupa uma posição peculiar em relação a outros métodos e abordagens em educação musical.
Ela não é um fim em si mesma, mas um meio de estabelecer relações.

EDGAR WILLEMS (1890-1978)

Aluno de Dalcroze.
Necessidade de ensinar música à toda a população – Ideal democrático da Revolução Francesa.
Introdução da humanidade na educação musical.
Operar em bases racionais e encontrar as relações entre a música e o homem.
Status científico à Educação Musical.

AUDIÇÃO => Sensorial, Afetiva e Mental

Defensor da causa na qual a cultura auditiva deve ser difundida para todos, e deixar de ser exclusividade de pessoas talentosas a educação musical.
A escuta (preparo auditivo) é a base para a musicalidade e deve vir antes do instrumento musical.
MUNDO OBJETIVO DAS VIBRAÇÕES SONORAS
MUNDO SUBJETIVO DAS IMAGENS SONORAS

Helmholtz => Willems => As leis estéticas e artísticas não contradizem as leis naturais que governam os sons e suas relações.

Comenius: “Não há nada no intelecto humano que não tenha antes passado pelos sentidos.”
Dessa forma Willems, em seu sistema de educação, dirige primordialmente ao desenvolvimento da função do órgão auditivo.

SENSORIALIDADE AUDITIVA=> Fenômeno sonoro, som como entidade física.
SENSIBILIDADE AFETIVA AUDITIVA=> Passar do ato objetivo, sensorial de ouvir para o ato subjetivo de escutar.
Nesse estágio é necessária uma melodia, que pode trazer sentimentos, ou algo que mexa com a mente do indivíduo (nostalgia, alegria, tristeza, esperança, amor, dor, etc.).
INTELIGÊNCIA AUDITIVA=> Consciência do universo sonoro. O ouvido registra os sons isoladamente.
A atividade cerebral apreende a simultaneidade dos sons.
Imaginação criativa – imaginar e criar imagens sonoras.

ZOLTAN KODÁLY (1882-1967)

Nacionalista húngaro que reconstruiu a cultura musical húngura, perdida por muitos anos por influência de sucessivos invasores territoriais.
O trabalho científico de Kodály e seu grupo em prol da redescoberta da cultura húngara apresentava quatro fases:

·         COLETA DE MATERIAL
·         TRANSCRIÇÃO
·         CLASSIFICAÇÃO
·         PUBLICAÇÃO

Para Kodály a composicação musical, a pesquisa científica e a educação musical possuem igualdade de condições.
Uma de suas metas era ensinar o espírito do canto a todas as pessoas, por meio de um eficiente programa de alfabetização musical.
No Brasil, o sistema Kodály é difundido pela Sociedade Kodály do Brasil, em São Paulo, que oferece cursos regulares e de curta duração, e busca no folclore brasileiro equivalências às constantes encontradas nas canções húngaras.

CARL ORFF (1895-1982)

RÍTMO / MOVIMENTO / IMPROVISAÇÃO
Não deixou textos que explicassem sua filosofia e os princípios de sua abordagem.
Mas como houve grande difusão da abordagem Orff pelos países da Europa e   América, há um grande material secundário que pode aprofundar nosso entendimento.
Inclusive Associações Orff que se encarregam de difundir pesquisar e aplicar os princípios elaborados por Orff.
Ele priorizava em seus metódos a escala pentatônica, utilizando-a como base para o aprendizado de música. Isso pelo motivo de que o modelo pentatônico surgiu historicamente antes do tonalismo, e ela possui caráter circular, não direcional e comporta a superposição de todos os seus componentes sonoros.

SHINICHI SUZUKI (1898-1998)

No livro 'Educação é Amor', afirma que toda criança, potencialmente, tem a capacidade de aprender música.
Para Suzuki, assim como as crianças aprendem sua língua materna cedo, pelo fato de ter a companhia dos pais tentando se comunicar  desde que elas estão na barriga da mãe, o mesmo acontece com a música.
O método Suzuki presupõe que as pessoas são produto de seu meio. E o meio pode ser fabricado artificialmente de modo a proporcionar o que for ideal para as crianças.
O meio que proporciona o desenvolvimento musical da criança, é aquele em que os pais estão tocando e cantando na mesma frequência em que se comunicam verbalmente.
Entre diversas instruções, Suzuki afirma que a criança já deve tocar de ouvido para só depois então ter contato com a leitura e teoria musical.
Por mais que o período de vida desses educadores coincidisse com a produção musical de vanguarda, o material utilizado por eles nas aulas de música foi mais tradicional do que inovador.
Só no final da década de 1950 e 60 que os procedimentos das aulas se alinharam aos da vanguarda musical.

A SEGUNDA GERAÇÃO

Época de virada da produção musical, meados da década de 1950.

·         Pesquisas de Pierre Schaeffer
·         Experiências de música eletrônica de Eimert e Stockhausen

“Música é sons, sons à nossa volta, quer estejamos dentro ou for a de salas de concerto” (Cage, apud Schafer, 1991b, p.120)
Essa nova geração de educadores musicais privilegiam a criação, a escuta ativa, a ênfase no som e suas características, e evitam a reprodução vocal e instrumental que denominam “música do passado”.

·         GEORGE SELF
·         JOHN PAYNTER
·         BORIS PORENA
·         MURRAY SCHAFER

GEORGE SELF

Ensino de música voltado ao passado: “adestramento musical dos alunos”.
Nas ciências e em outras formas de arte, os alunos trabalham com a linguagem contemporânea e estão alinhados às mais recentes descobertas científicas ou às últimas produções artísticas, enquanto na aula de música, em seu país, sucede justamente o contrário.
Classifição dos instrumentos: Instrumentos que produzem sons curtos, sons de extinção gradual e sons sustentados.

JOHN PAYNTER

A grande marca do século foi a valorização da experiência individual e não a manutenção das tradições.
Aula de música: Oficina de Experimentação

BORIS PORENA

O foco da abordagem do fenômeno musical é o procedimento lúdico. Aulas abertas, caráter de “oficina”, com ênfase na criatividade.
MURRAY SCHAFER

Acredita mais na qualidade da audição, na relação equilibrada entre homem e ambiente, e no estímulo a atividade criativa do que em teorias de aprendizagem musical e métodos pedagógicos.
A criança, isenta de atitudes preconceituosas em geral encontradas entre os adultos, tem capacidade para apreciar tanto a música do passado quanto a de vanguarda, e deve ser estimulada a tomar contato com produções de vários estilos e épocas.

Educação Musical ==> Educação Sonora

Falou-se apenas de materiais europeus e americanos, nada foi exposto com referência a outras culturas. Nossa sistematização de pesquisas e experimentações nos vêm desses países. O modelo de pós-graduação brasileiro é americano, e isso se reflete na própria bibliografia a que se tem acesso.










domingo, 5 de agosto de 2012

Cinco Atividades Musicais - Duração e Andamentos


Atividade 1:

Tocar no teclado notas curtas “stacatos” e notas longas. Ao ouvir os stacatos as crianças deverão saltar acompanhando o som; com as notas longas parar e espreguiçar alongando o corpo. 
Objetivos Específicos: Trabalhar a movimentação dos membros inferiores e superiores, a propriocepção e a atenção.
 
Atividade 2:

Tocar uma música variando o andamento. As crianças deverão correr e andar de acordo com o andamento da mesma. 
Objetivo Específico:
 Treinar a marcha, a espacialidade e a atenção. 

Atividade 3:
 

Distribuir folhas e lápis coloridos e orientar as crianças para fazerem desenhos “livres”quando ouvirem um som longo ou um som curto sendo tocado no teclado ou flauta.
 
Objetivos Específicos: Trabalhar a atenção, a percepção espacial e a criatividade.
 


Atividade 4:
 

Demarcar a sala com uma linha, identificando um som longo e um som curto. A linha maior: som longo, e a menor: som curto. As crianças deverão identificar o som curto ou o som longo que será tocado no teclado e escolherá uma das linhas para caminhar em cima.
 
Objetivos Específicos: Trabalhar a própriocepção, o equilíbrio e a marcha.
 

Atividade 5:
 

A criança ouvirá sons de vários animais e irá identificar qual destes animais têm um som longo ou curto, exemplo: o mugido da vaca, o piado do pintinho, etc.,tentando assim, imitar o som dos respectivos animais a serem apresentados, os que fazem o som longo e o som curto. .
Objetivo Específico: Percepção auditiva, criatividade e atenção.